A QUESTÃO INDIGENA NAS AMÉRICAS


A matéria-prima do historiador são as fontes, ou seja, vestígios e registros que servem de base para a construção do conhecimento histórico. Para que possamos compreender como viviam as primeiras civilizações há milhares de anos, em que predominava a ausência de testemunhos escritos, existem maneiras de se recuperar a história desses povos com base na análise de outros tipos de fontes, entre as quais destacam-se:


documentos escritos, pinturas rupestres, restos de alimentos, múmias fossilizadas.


instrumentos de pedra lascada e polida, cerâmicas, ossos, restos de fogueiras e de abrigos, pinturas rupestres.


registros hieroglíficos, instrumentos de pedra lascada e polida, cerâmicas e pinturas rupestres.


instrumentos de ferro, restos de tecidos, múmias congeladas, ruínas de templos, escritos religiosos.


mitos religiosos, instrumentos de pedra lascada, esqueletos de humanos e animais, restos de cerâmica e utensílios de ferro.

Leia com atenção:

 

Uma primeira fase de ocupação do Brasil ocorreu até mais ou menos 6 mil anos AP levada a cabo por populações caçadoras e coletoras, e foi seguida, a partir de então, pelo desenvolvimento da agricultura, da produção de cerâmica e do aumento populacional. A expansão da agricultura foi fundamental para que as comunidades agrícolas dominassem, aos poucos, o território. (...) A diversidade humana era imensa. No Sul, havia assentamentos com abrigo subterrâneo para proteger do frio – os “buracos de bugre”. No litoral, os grandes sambaquis, e mais de 30 metros de altura, dominavam a paisagem costeira. Na Amazônia, grandes aldeias, verdadeiras cidades, atestam a imensa variedade cultural indígena antes da chegada dos europeus. (...) Os índios costumam ser agrupados por afinidades linguísticas. A linguística analisa os idiomas e procura organizá-los em família e troncos de modo a desvendar as origens comuns e as divergências com o passar do tempo. (FUNARI, Pedro Paulo e PIÑON, Ana. A temática indígena na escola. São Paulo: Contexto, 2011, p. 56 e 57).

 

A partir das ideias expostas no texto acima, conclui-se que os povos nativos do Brasil:


Buscaram uma unidade cultural, formando uma aliança entre os diversos povos tupis, aruaques, caraíbas e guaranis.


Eram povos diversificados, que viviam em diferentes estágios de desenvolvimento e falavam línguas distintas.


Foram predominantemente nômades, pois dependiam da caça e da agricultura, além de organizarem um sistema de trabalho manual rotativo.


Tinham origem e línguas comuns, o que contribuiu para a unificação cultural e a ausência de guerras entre as diferentes tribos.


Viviam em sociedades rigidamente estratificadas e hierarquizadas, com centralização de poder e avançado desenvolvimento econômico.

Leia o fragmento a seguir:

Os guerreiros constituíam um dos grupos mais importantes na sociedade asteca. No início, eram escolhidos entre os indivíduos mais corajosos e valentes do povo. Com o tempo, entretanto, a função de guerreiro começou a ser passada de pai para filho, e apenas algumas famílias, privilegiadas, mantiveram o direito de ter guerreiros entre os seus membros. (KARNAL, Leandro. A conquista do México. São Paulo: FTD, 1996. p. 13.)


O texto faz referência à sociedade asteca, que era caracterizada como:


guerreira e sacerdotal, formada de uma elite política que governava com tirania a massa de trabalhadores escravos negros.


hierarquizada e guerreira, visto que o Imperador era, ao mesmo tempo, o general do exército asteca, autoridade religiosa e juiz supremo.


igualitária e sacerdotal, sendo o sacerdote escolhido pelos povos que habitavam o calpulli.


comunal, com estruturas complexas, sendo dirigida por um Estado que contava com um aparelho administrativo, judiciário e militar.


igualitária e guerreira, não reconhecendo outra autoridade senão a sacerdotal, que também era militar.

Durante muito tempo, a teoria mais difundida sobre o povoamento da América é que comprova que grupos asiáticos teriam chegado a esse continente pelo Estreito de Bering, entre 18 mil e 11 mil anos atrás, se espalhando por todo o território. Contudo, pesquisas arqueológicas recentes, realizadas em diferentes regiões do Brasil, revelaram que grupos africanos também migraram para o continente, tendo em vista a descoberta de ossadas com características negroide.

Nesse sentido, é possível considerar que uma das principais contribuições de novas pesquisas da arqueologia para o estudo do povoamento do continente é:


comprovar que grupos de origem africana cruzaram o oceano Pacífico até o Brasil há 18 mil anos.


confirmar que o homem surgiu primeiramente na América e, depois, migrou para os outros continentes.


confirmar que diferentes grupos povoaram o continente, apesar da presença de grupos asiáticos ter sido predominante.


comprovar que o povoamento da América foi predominantemente autóctone, apesar das migrações ocorridas há 18 mil anos.


contestar a teoria de que o homem americano surgiu primeiro na Ásia e, depois, cruzou o Estreito de Bering.

As civilizações maia e asteca, apesar de se desenvolverem em regiões geográficas distintas, possuíram alguns aspectos semelhantes, principalmente em relação à sua formação econômica e sociocultural. Considerando esta afirmativa, analise as características listadas a seguir:


I – A agricultura e a criação de animais para o transporte de cargas eram a base da organização econômica.
II – A religião era politeísta, com o uso de calendários específicos e cultos a divindades, geralmente vinculadas à natureza.
III – A arquitetura suntuosa, com a construção de grandes templos, pirâmides e cidades, demonstrava um avançado desenvolvimento urbano.
IV – Os sacrifícios humanos e a prática de mumificação dos mortos, principalmente imperadores, eram aspectos marcantes dos ritos religiosos.

São características comuns entre maias e astecas apenas os itens:


III.
II, III e IV.
I, II e III.
I e II.
II e III.

Em 2007, foi aprovada a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, um documento de orientação internacional que contou com a participação ativa de representantes dos Povos Indígenas e dos Estados membros da ONU. Apesar da resistência de alguns governos ao projeto, trata-se uma vitória de todos os povos indígenas do mundo. Nesse sentido, a aprovação da Declaração teve por objetivo:


tornar obrigatório o ensino de história indígena nas escolas regulares dos países membros.
garantir aos indígenas a restrição ao direito à terra, à livre manifestação cultural e religiosa e ao autogoverno. 
promover discussões sobre os limites do direito à livre determinação e à autonomia dos povos indígenas.
reconhecer, afirmar e garantir direitos fundamentais universais no contexto das culturas, realidades e necessidades indígenas.
reconhecer aos Estados a soberania ao direito de posse e demarcação de terras indígenas, como bens e propriedades dos respectivos governos.

Analise com atenção as afirmações a seguir e a relação estabelecida entre elas:

 

O Império Inca se constituía numa monarquia teocrática cuja sucessão do governo se dava de forma hereditária

PORQUE

A sociedade possuía uma estrutura hierárquica, na qual somente a alta nobreza, formada por linha de parentesco com o Inca e pelas chefias de povos conquistados, poderia exercer as funções privilegiadas de administração, do clero e do exército.

 

Considerando as afirmações, conclui-se que:


as duas são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
a primeira é falsa, e a segunda é verdadeira.
as duas são falsas.
as duas são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
a primeira é verdadeira, e a segunda é falsa.

A população inca vivia em pequenas coletividades agropastoris, que eram constituídas por grupos de indivíduos unidos por laços de parentesco, que formavam a unidade principal do sistema. Cada núcleo era integrado por 100 famílias e possuía um território bem delimitado por terras cultiváveis, na qual os trabalhadores estavam subordinados à autoridade de um chefe local. Esse núcleo familiar se denominava:


Calpulli
Kuraka
Ayllu
Suyu
Mita
Leia com atenção:   Ser índio americano não é meramente ser membro de um grupo étnico ou racial mais amplo, é também pertencer à uma comunidade específica que define seus próprios membros. (TAYAC, Gabrielle. Tradições Vivas dos Indígenas Americanos. eJournal USA, vol. 14, n. 6, jun. 2009, p. 9).   Nos últimos anos, principalmente após a década de 1960 com a ampliação dos direitos civis indígenas, a relação desses povos com a sociedade norte-americana tem se modificado. Mas nem sempre foi assim. Sobre esse processo, analise as afirmativas a seguir:   I – Na maior parte da história americana, as religiões e filosofias indígenas foram mal interpretadas e declaradas proibidas. II – Devido a políticas raciais discriminatórias, durante séculos os nativos americanos foram vistos, biológica e culturalmente, como inferiores aos euroamericanos. III – Os indígenas têm procurado se adaptar ao mundo global norte-americano, adotando hábitos culturais modernos e abandonando suas tradições culturais para serem socialmente aceitos. IV – A busca de direitos, as políticas e ações sociais têm contribuído para a valorização da cultura e formação de uma identidade indígena.   É correto apenas o que se afirma em:

I, II e IV.
I e III.
II e IV.
I, II, III e IV.
I e II.
No Quadro abaixo podem ser acompanhadas as principais medidas e políticas indigenistas do século XVI ao século XX:   1570 Primeira lei contra o cativeiro indígena Esta lei só permitia a escravização dos indígenas com a alegação de "guerra justa". 1609 Lei que reafirmou a liberdade dos índios do Brasil Importante lei que tentou garantir novamente a liberdade dos índios, ameaçada pelos interesses dos colonos. 1686 Decretação do "Regimento das Missões" Estabeleceu a base de regulamentação do trabalho missionário e do fornecimento de mão-de-obra indígena no Estado do Maranhão e Grão-Pará. 1755 Aprovado o Directorio, que visava, através de medidas específicas, à integração do índio na vida da colônia. Proibia definitivamente a escravidão indígena. 1758 Fim da escravidão indígena: Directorio foi estendido a toda a América Portuguesa. Secularização da administração dos aldeamentos indígenas: abolida a escravidão, a tutela das ordens religiosas das aldeias e proclamados os nativos vassalos da Coroa. 1845 Lei indigenista do Império Renova o objetivo do Directorio, e visava, portanto, à "completa assimilação dos índios", por meio de sua civilização, catequização e proteção das aldeias. 1850 Lei de Terras Não registrou as terras indígenas, além de inviabilizar e destruir dezenas de aldeias por todo o país. 1910 Criação do Serviço de Proteção aos Índios - SPI O Estado republicano tutelou os indígenas. 1952 Rondon criou o projeto do Parque Nacional do Xingu Objetivo era criar uma área de proteção aos indígenas. 1967 Criação da Fundação Nacional do Índio - FUNAI Substituiu o extinto SPI na administração das questões indígenas. Criada com a expressa função de demarcar todas as terras até 1978, mas falhou em sua missão. 1979 Criação da União das Nações Indígenas Primeira tentativa de defesa da cultura indígena, importante para a consagração dos direitos dos índios na Constituição de 1988. 1988 Ampliação dos direitos indígenas na Constituição Federal Reconhece, oficialmente, o direito à diversidade e especificidade cultural dos índios, bem como os direitos originários sobre as terras que eles tradicionalmente ocupam. Fonte: Adaptado de IBGE (2016)   Considerando os dados apresentados e as leituras realizadas sobre os povos indígenas do Brasil, analise as afirmativas a seguir:   I – O período colonial brasileiro ficou marcado pela forte política de extermínio, escravização e imposição cultural aos indígenas marcada pelo processo de evangelização. II – A partir da independência brasileira as políticas de extermínio foram reduzidas, e o indígena passou a ser socialmente reconhecido, culturalmente valorizado e incorporado à sociedade brasileira de forma pacífica. III – O problema da demarcação das terras indígenas agravou-se com a Lei de Terras e seguiu sem resolução pelos demais órgãos que foram criados para esse fim. IV – Tanto a Funai quanto o Estado brasileiro não conseguem concretizar uma política indigenista estável, de forma a atribuir um novo papel para os índios no panorama político-cultural nacional.   É correto o que se afirma em:  

I, III e IV, apenas.
I, II, III e IV.
III e IV, apenas
I e III, apenas.
I, II e IV, apenas.
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